Espero viajar esses dias,porque o calor está diabólico. E quando eu me sinto derreter nada sacia. Me sinto em um beco em penumbra,imprensado entre construções,áspera com os pingos caindo do alto sem me atingir,vendo os segundos desfilarem com tecidos transparentes e o concreto umedecido com manchas deformando suas formas regulares.. É como não ter posição,alegria ou distração. E as vozes com uma astúcia surda se materializam em ecos que se debatem até se dispersarem completamente,eu com aquela impressão de que sou habitada. Situada no espaço que inventei,e que a palavra:quem primeiro deu o sinal,fantasiou com suas fomes.É tão difícil relaxar com esse pesado torpor que o calor sustenta. Na verdade eu me sinto presa aonde estou no instante exato em que sinto,ou seja,é como querer ser e no entanto estar ao mesmo tempo. Mas esse suor não me queima nem me aniquila. Então é insuportável,porque eu tenho de sustenta-lo enquanto ele corrói minha paciência que é como corroer a força dos meus músculos,substituindo-os por elucubrações que não me enganam.. Mas eis que a brisa fina e aguda me atinge em cheio o peito,coração sei lá da alma,e eu desarmada no meio desse caos de fios oleosos com raiz seca,me sinto pressentida por um prazer imenso,um senso anestésico... salvando meus quase náufragos desejos de ascensão à superfície. Ufa...!
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