terça-feira, 5 de julho de 2011

Sua boca caiu flácida com seus poucos olhos a piscar vagarosamente...a paisagem corria a vários metros de si. E ela se aconchegava ainda mais na força de seu corpo,torturando-o ao diminui-lo ao tamanho de sua cegueira. A paisagem corria viril,musculosa,nauseada,precisavam de tudo que poderia ocorrer-se ao mesmo tempo. E ela perdida,em piscadelas inúteis,em movimentos que qualquer expectador diria fingidos,só porque ela pensava em gestos,em palavras vivas como objetos que se quebram estarrecidos pelo vôo tão curto e fatal. Antes de ela acordar haviam tramado tudo: verdades,construções,adultérios de identidade. O peso da coisa construída se ausentava suspenso por toda a extensão de sua pele com pêlos. E não se exclamava absolutamente nada! E não por acaso,acendia seu cigarro frágil e danoso à sua natureza selvagem,que a acalmava,em relaxamentos de espaços vazios. É que ela gostaria de temer um pouco,os perigos tão irreais à que estava predestinada,como não significar palavra nenhuma. O que lhe diziam era sempre tão óbvio,que ela via o pensamento correndo rápido no cérebro autenticando o corpo todo,como se ela esperasse a coisa dita como quem espera aquele trágico rubor na face diante do reflexo. Rubor que não vinha,não vinha... ou vinha pela consciência desproporcional... é como se quisessem domestica-la alterando seus sentidos diante de uma verdade mastigada,na qual se sente leve sabor,é verdade. Mas ela procurava o quê? Tudo que caberia à palavra nós ou à palavra só? Ou nós dentro do só ou só dentro do nós? Tudo,e simplesmente um regojizo. Assim ela não precisaria se esconder no último olhar trazido das profundezas de seus mares que transbordavam...só para que ela não morresse afogada nessa seca segurança de estar viva.

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