Hoje eu queria sonhar algo bem de perto. Sonhar aquilo que nego..Esperar respostas respirando o ar dos humanos. Aquele confortável corpo que não me entrego,o pensamento é um corpo materializado.Hoje estou cheia de grandes ausências,perdi metade do mundo para ganhar metade de mim. Eu mesma esquecida que me pertenço,as vezes não lembro que de mim faço o que quero. Confesso...preferiria que os outros fizessem de mim. É que eu me faço,mas sinto um cansaço sem fim. É uma pena ser escritora. O que eu acho lindo mesmo é soprar aleatórias palavras e perder todo o poder. Nego até a morte que sou eu quem me faço. Pois aprendo a fazer disto uma engrenagem secreta funcionando. Aprendo a ser isto, que progressivamente,em olhos que não se esquematizam,funciona. Os dias passam de sequidão em sequidão,rápidos demais. Cheios de diplomas guardados,vejo necessidades transformadas em curiosas tentações. O problema é que não aprendi a me amar ligeiramente. Com isso não posso tentar lhe explicar uma promessa que se faz a si mesmo. Pois ser alguém não se promete a outra pessoa. E toda a minha vida é lidar diretamente com aquilo que não se toca,sentir o peso da manifestação das coisas nas próprias coisas. O que eu escrevo,as vezes, é um pensamento que se tornou secreto. Feito se simples histórias com seus personagens em agonia. O sonho que eu queria bem perto agora é ter uma vida sem tantos significados;ter nascido madura. Construindo já tão cedo um coração que eu alimento já com os sofrimentos essenciais. O que eu vejo é que posso criar fantásticas teorias com uma mente nua. Fábulas de idéias brotam de minha intenção,queria ser um quieto expectador dos sonhos meus enquanto durmo.
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