domingo, 17 de julho de 2011

O que quero expressar não rima. Não consigo interferir ao ponto de racionalizar dois sentimentos coerentes. Perdi. Meu xadrez está empoeirado,meus vinis estão esquecidos,meu espelho sujo,minha janela fechada,minhas pinturas ressecadas,meus filmes me dão náusea,os poucos cds arranhados,o passado borrado,as roupas sucumbiram,o jeans desbotado,os manuscritos perdidos,o amor guardado,os sorrisos não são cem por cento felizes,as bocas não são tão desejáveis,os corpos não são tão maduros,os livros não são tão confiáveis,as letras das músicas são falsas...a arte projeta desengano,os barcos navegam pro naufrágio,os ideais estão se afogando,o medo é apenas preguiça de usarmos a razão,o sexo é carnal e não espiritual,a fotografia não congela o tempo,a poesia não descreve o que sentimos e sim o que pensamos,a vida não é uma dádiva e sim um purgatório,você não é um ser humano e sim um abismo,as cores são ilusões do nosso romantismo,as asas não voam,são indícios de uma doença que adquirimos ao nascer. Bom,o nascimento....o nascimento me apavora mais do que a morte. Sentimos a dor do parto,e ficamos traumatizados pra sempre. Pra o nascimento não existe rima equivalente.

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