sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
São tantos, idéias,tamanhos de pensamentos que não se medem,sonhos de horizontes infinitos,pedras ocas se amontoando nas mãos como espelhos quebrados,onde as palavras são sons sem vibração. São tantos erros,de aparência imponente e enérgica, pra nos culpar por sermos livres. São tantas miragens,ilusões se tornando realidade,contradições tomando forma no imaginário humano,aonde os parâmetros são meros coadjuvantes. É tanta sensibilidade pra pouca paz de espírito,tanta riqueza para pouca humildade de usufruir a simples alegria; Tanto tempo que reage lentamente à nossa rapidez de nos tornarmos independentes até descobrirmos a dependência disto. Tanta teoria que a alma cansa da verdade e repudia a mentira, como um ódio da morte pela falta de face que nos impede de reduzi-la à condição humana. Até aceitarmos a consciência,plena vida pulsando em conjunto com o mundo,aceitando a si mesmo como uma peça indispensável desse quebra-cabeça chamado realidade.
E o luar era tão intenso que cada pingo de suor parecia uma estrela refletida. O corpo estendido em espasmos de alegria,tão duro que o colchão parecia feito de penas...a lua que era o mistério da nudez,a nudez por excelência,não contemplava nada. A cena estava perdida no espaço sem um expectador qualquer. Os corpos que faziam as bocas falarem,as pernas que num nó se tornavam carne,a lembrança de um mundo estranho no outro lado...e só os assobios do escuro acrescentavam realidade,a melodia triste de um gozo perto do fim.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
A mulher que as nádegas como que comprimiam a cintura e se arrancava dura da cadeira com um olhar tão infantil,com a loirice da mulher de um navegante,e as mãos ágeis de feirante ou de um homem qualquer. Era atendente de supermercado! a pequena queria ser personagem de uma prosa ou uma história curta. Dependia do emprego,por certo o pai tinha orgulho da beleza da filha e lhe dizia:
- Filha..não precisava..tão jovem..
Mas a garota era simpática,gostava de pessoas,dizia boa tarde com orgulho,desenhava um sorriso,queria ser vista,é perceptível.
O homem:
- ...
E o barulho de sacola de plástico ecoando no supermercado.
Pode ser que tivesse um grande sonho,desses que deixa o ser humano beatificado,imune,bestificado.
O homem:
- a senhora..
Não,não conseguiam lhe falar o quanto era bonita. Isso eu acredito que eram os bigodes. Que bobinha! o cabelo loiro,loiro e a sombrancelha preta. Pra ser isso que ela era tinha que ter fôlego,ora essa,era o sustento da família. Com o pai já velho e viúvo só lhe restava a filha bonita,vaga lembrança na sua vista,um fruto desajeitado de uma mãe que morrera antes de pisar nas sementes da filha e faze-la de si uma planta de monstruário,assim,ela não havia como saber. Não,a menina era verdadeira,verdade que tinha suas espertezas,amarrava o cabelo como uma rainha da China,se é que a China já teve rainha. Era uma típica brasileira que desrespeitava,respeitando,sutilmente selvagem,colava um lábio no outro e calava a boca da máquina.
O homem:
- Ajuda?
Eram tantas compras! como elas conseguiam ludibriar a paciência em tão pouco tempo? Abandonar aquela pessoa que fora embora,ambas sem talvez se olharem,sorrir ''boa tarde'', ''obrigado'',trilhões de vezes ao ano e ainda suportar a voz grave do homem grave que falava ao fundo,no microfone e por certo,emocionado por ser irremediavelmente ouvido,aproximava tanto a boca que o som saia inaudível.
O homem:
-Uma senhorita tão jovial...está mais para vendedora de perfume.
A menina sorriu calada,era só mais que passava,a destruir seus sonhos e deixa-la despenteada e cansada. Sua simpatia era puro nojo,pela planta que não se tornaria,porque não houve como aprender o ceticismo do lado que não se vê.Sementes perdidas para onde vão nascer? Uma bela e espiral...planta de monstruário.
Preciso sentir vez em quando que eu não sou mais eu.
Estou esperando,eu sei,a vida não termina:
nem ontem,nem hoje.
A oportunidade perdida fabricou mais um ser humano,
O dia está claro,sem nuvens,preciso me deter na verdade,
eu sou um ser humano fabricado na carne.
A escrita como uma tatuagem sem volta,
quanto mais moderno mais soluções.
Não que eu não queira soluções
eu só queria uma maneira mais lenta de modernizar uma pessoa
sem ter dores tão prósperas.
É mais que o acaso,o futuro é certo.
Quem morreu ontem sabe o prejuízo.
Nasceu mais um verso
Um soneto ereto
um poeta dentro dos parâmetros
A sensibilidade com defeitos de uma criança
Não suporto mais presenciar tantos assassinatos
de mim mesma,sem morrer a principal alma
Alguém aqui está errado,
a alma dorme enquanto o peito busca vida.
domingo, 1 de novembro de 2009
As imagens eram a simbologia parada. Que fome me dava de penetrar sem o tamanho da coragem ignorando a profecia do medo. Eu engolia a todos eles,que agora jaziam parte de mim,perdidamente. Minha vista começava a obscurecer pelo esforço da loucura. Fazendo-os desfilar movimentados,alvo incontrolável de qualquer fome que implorasse um segundo de atenção, Que era como esperar qualquer hora que não chegaria em vão. As vozes ilimitadas eram meditadas pelo meu silêncio,eu me transmutava de corpo,e os centímetros de vazio onde os movimentos ficam mais lentos,adequando-se à fragilidade humana. Enfim,eu era o fluido. Eu derramava o meu sangue pela graça concedidade de ver. Mas enquanto isso,eu não me preocupava tanto com o que ainda persistia invisível. É que na espera acredita-se em bocas e olhos. Bastam fardos transformados em palavras,e as letras pérpetuas atingindo umas às outras. Passos rodopiantes de improvisção da pressa
As estrelas não viram e não sonharam...
O mundo de cabeça pra baixo,pisávamos em nuvens
e transbordávamos o chão,o nosso ato agora
era um acaso na imensidão ( )
é como se pudéssemos voar na realidade com o mesmo peso
que converte,
o mundo,a gravidade...dos segundos nos penetravam
e aos nossos pássaros,
que nos levavam pra londe dali em diante,ao outro lado de nossa
origem e o mundo despencando aos poucos pra querer mais daquela
realidade antropofágica da cidade,
o céu descendo devagar para afagar com as nossas mãos,ele
nos falava acima de tudo: '' alcance o inalcançável..'' quando as formas se trocaram em dança
e eu estava no chão que molha a terra,eu havia alcançado tudo:
só pelo fato de ter acreditado no que eu via.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Apertada entre os ansiosos,sem poupar tempo de pensamentos,corpos querendo subir rapidamente,mais rápido que seus oponentes de assento,me deixei levar pela correnteza,e deixei meus olhos relaxarem torpes de despreocupação com meu lugar num ônibus,e até num mundo. Subi com a mesma inconsciência de uma areia movediça e cada vez afundava mais em mim mesma. De repente o peso que carregava nos braços foi tomado,e eu estava,através da solidariedade,ausente. Como se tivessem me aliviado,e eu pudesse finalmente enxergar o mundo,onde não há lugares nem assentos. Onde a vida passa em pé em meio aos saculejos e resquícios de paisagens de ângulos ao acaso. Por um momento tudo pára. É como cada vez mais nos aproximamos,e levamos o tempo nas mãos,até onde este pede parada,e acena de leve,levando consigo saídas e entradas,portas do cotidiano que desaparecem,para que sejam reveladas algumas palavras(pensamentos) que estavam presas pela possibilidade de serem libertas docemente.
sábado, 19 de setembro de 2009
domingo, 13 de setembro de 2009
Rastros
que nem sempre são passos
Sussurro de coisa vívida
Alegria que perde o sorriso
num piscar de olhos
felicidade pura,sem restrições
incalculável,permissiva,incompreendida
o coração no meu peito
bate por mim mesma
mas eu queria que de repente
ele soubesse que eu palpito
de saudade por quem está lá fora
ausente na miragem..
porque eu quero a realidade
e nela
eu me descubro
palpitando por ele
como se eu mesma fosse o coração
que bate dentro dele,
e vive constantemente nessa inconsciência
que transformada em lucidez me leva ao instante mais real de uma pessoa!
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Ou será que me falta um cigarro de pé na mão?
não a sombra sombria do ventre,
não a germinação,não o coração
falta algo estar contente,
sem alegria doente
apenas por felicitação
Pobre de quem sente que no ventre
bate um coração,
bate nada,
é o enigma da canção,
a palavra dispensada que me amedronta
em plena madrugada e perdão,
a pedra que não rola pronta,
a boca imunda
falou através da humanidade
machucou-me querê-la,
chocou-me contra a parede,
quero podê-la,torná-la,sê-la
quero sua juventude e beleza,
a da criação.
Distorcê-la,não sei parar de regá-la
com minha latente persuasão,
pois posso de repente amá-la,
tornando-a botão de rosa
em meu campo de batalha
aonde os pensamentos se duelam por espaço
Sangrando a flor que brota em mim...
Mas chega o momento,que durará como uma idade,em que apesar do insustentável e do desconfiável da alegria,a dor não mais sacia. É um tempo diferente,onde não há clima,e o peso é uma leveza de gota caindo e se perdendo no mundo. Um tempo onde a vida é uma consciência à parte,mas no lugar de ficar escondida,se transmite aos outros,visivelmente,como um rascunho entregue em silêncio(íntima idade). Nesse momento,a consciência transmitida,é mais translúcida que a realidade.
Eu queria escrever pra pular da janela
Para fazer qualquer ato consciente antes de durmir
nem que seja acordar alguém
que já conseguiu a tranquilidade de querer sonhar pra sempre
Eu não ajustei minha realidade ao tempo
Desregulagem do caos e de sua metodologia
Tudo que eu faço com receio
minha intuição aflita
faz alarde da minha mentira
Então eu vim para o lado de cá
atravessei sapatos,maquiagem,caricaturas..
O homem não é um bicho normal
que se contenta em ser confiável
Provavelmente crescerá sem origens
Ha leve temor no ar...
Quem não poderia e odiaria morrer por amor
veio morar na minha porta
No dia que a gente percebe que a vida é uma vela acesa...
o que acontecerá com tudo que queima num intantâneo perpétuo de uma fotografia?
Qualquer coisa que não percebi antes
me faz cantar
Na hora da palavra é um soneto de pessoas
Prestes a se olhar no espelho,
a alma foi minha condição de beleza
minha ambição humana de continuar
me trouxe a labirintos zelados
por abismos que me pisaram
Ainda assim,eu, redonda no profundo céu
prestes a desabar.
Fui o mundo tantas quantas o vi como
se fosse a primeira vez
Sua alma caro leitor,
é extremamente desconexa
soa tão pequenina e fruto da criação ~~~~
Minha arte não é suficientemente boa
nem suficientemente má
nem astutamente louca como a quis
É uma escolha entre dois caminhos
que levam ao mesmo lugar
Absorvo a solução:
Onde há o mal,é pra curar um bem descrente
Onde há o bem,há a relutância em aceitar,que é pra se curar
Onde há esse caminho que não escolhi
que ignorei por simples e pura ignorância
é o deserto dentro da cidade,
que inundou e ressecou o meu diário
de violências verbais não cometidas,
por medo do mal planejamento
retorno sempre ao começo
esperando pra ver o que não pensei
suficientemente lúcida para não crescer mais do que posso alcançar,
sem voltar atrás,no passado que recrio
as faces são esfinges estrangeiras
devorando perguntas
(no intervalo em que sou hipnotizada),
levadas pelo vento que revirou
o lixo dos animais humanos
O perdão é para poucos! é para muitos!
a ausência transformará nosso país em primeiro mundo
O que já não foi inventado não basta,
é culto à tecnologia,
não pareço um profeta,vestido
desses trapos que chamam cidadania?
Para o respirar:
Um suspiro,um final feliz e uma história inacabada.
Respiro canções quentes
Canções frias de meu estômago faminto
e feminino
Musicando as letras que os homens deixaram pra trás
Respiro suores masculinos,infantis
É o cheiro do passo na rua
Inebriando o coração,que não é o coração mesmo
que se pesou na balança
o passo é fruto da razão:
que faz suar o corpo,a alma,a guia
Surgiu uma alma na rua
Respiro pouco,sufocado
O ar está cheio de grandes formas
desproporcionais que alimentam
O rosto por inteiro nada diz
portanto quer tudo
Pensando que isso é ter paz.
sábado, 15 de agosto de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
As palavras são as asas desse sorriso
Derivado regressivo de voar perdido
nesse som imaterial explícito.
Onde as asas são as vírgulas do improviso
respiração irregular sem propósito tal.
Soprem suas palavras!...e elas ganharão asas pra que vocês percam o chão!..
Mas se perder o chão for o propósito dessa respiração..
o chão e eu nos inundaremos....
Derivado regressivo de voar perdido
nesse som imaterial explícito.
Onde as asas são as vírgulas do improviso
respiração irregular sem propósito tal.
Soprem suas palavras!...e elas ganharão asas pra que vocês percam o chão!..
Mas se perder o chão for o propósito dessa respiração..
o chão e eu nos inundaremos....
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Escorrega dia no ar
Como luzes repletas de rimas atentas
Ou num chão de rimas espatifadas
Colhi as linhas de minha poesia
Escorregadias..
Para que os fins brotem em outras linhas...
Minhas linhas são meus dias repletos de mim;
Ou num chão de rimas espatifadas
Colhi as linhas de minha poesia
Escorregadias..
Para que os fins brotem em outras linhas...
Minhas linhas são meus dias repletos de mim;
A performance do tempo observa minha vaga coerência. Um submerso universo de idéias e atos desenvolvidos em sonhos,quando a sonolência já não morre de um desejo nosso e desaparece sorrindo,como um véu disperso ondulando no vento,numa tarde de palavras vazias. Nem sei quando falo no tempo que tempo estou tendo para falar de um espelho em frente a outro espelho.Ambos me anulam.A cor branca...os jogos fáceis...
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Palavras impessoais
Sabe que nasce de mim e de qualquer um,uma linguagem própria.
Essa linguagem é a pesquisa do modo de pensar,
e esse modo é o jeito,a veracidade,a verossemelhança da alma
diante de outrens,diante de si mesmo,é preciso
aprender que essa linguagem é quando nada,o abstrato
das relações se revelando.
A explosão enfim retornando em fragmentos,
que serão os cacos de rastros,as palavras,
que seguiremos como um destino
sem forma e sem sentido
pra crer.
Essa linguagem é a pesquisa do modo de pensar,
e esse modo é o jeito,a veracidade,a verossemelhança da alma
diante de outrens,diante de si mesmo,é preciso
aprender que essa linguagem é quando nada,o abstrato
das relações se revelando.
A explosão enfim retornando em fragmentos,
que serão os cacos de rastros,as palavras,
que seguiremos como um destino
sem forma e sem sentido
pra crer.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Sabes bem aqui há um corpo
pra sentir não é só
um corpo feito de saudades de paisagens
que se perderam no horizonte que por si mesmo já se perdeu
na curvatura do mundo
no giro desse mundo o corpo rola
escada abaixo
a escada que as palavras criaram
para que subamos novamente até o topo
de seu celestial significado
e ao chegar no alto desse topo de pedra
nos deparamos com a cidade
um campo aberto cheio de novidades
um rio passando por debaixo do asfalto
um rio fétido,cheirando a descrença
um rio de necessidades que abandonamos no próprio rio
nossa cidade está infestada de vontades sonoras,gritadas
vontades imersas de salvação
não é a si mesmo que se dedica uma vida
é ao que parece
nao é a si mesmo que se espera sentado
é a curiosidade
o adjetivo pertinente à descoberta
a palavra que buscamos eternamente
não para descobrir o que se abre,
descobrir o que pode ser tocado.
pra sentir não é só
um corpo feito de saudades de paisagens
que se perderam no horizonte que por si mesmo já se perdeu
na curvatura do mundo
no giro desse mundo o corpo rola
escada abaixo
a escada que as palavras criaram
para que subamos novamente até o topo
de seu celestial significado
e ao chegar no alto desse topo de pedra
nos deparamos com a cidade
um campo aberto cheio de novidades
um rio passando por debaixo do asfalto
um rio fétido,cheirando a descrença
um rio de necessidades que abandonamos no próprio rio
nossa cidade está infestada de vontades sonoras,gritadas
vontades imersas de salvação
não é a si mesmo que se dedica uma vida
é ao que parece
nao é a si mesmo que se espera sentado
é a curiosidade
o adjetivo pertinente à descoberta
a palavra que buscamos eternamente
não para descobrir o que se abre,
descobrir o que pode ser tocado.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Os homens falam de passagens e soam abertas as suas feridas
falam de objetivos que profetizarão seu incerto futuro mortal
Os homens se calam sozinhos com os lábios trêmulos de palavras que precisam ser ditas porque o coletivo é exatamente a forma de um homem igual que é o alvo de nossas apreensões e desejos.
somos eternamente escritos na linha do paradoxo,como uma circunscrição
o homem precisa de muita esperança.
falam de objetivos que profetizarão seu incerto futuro mortal
Os homens se calam sozinhos com os lábios trêmulos de palavras que precisam ser ditas porque o coletivo é exatamente a forma de um homem igual que é o alvo de nossas apreensões e desejos.
somos eternamente escritos na linha do paradoxo,como uma circunscrição
o homem precisa de muita esperança.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
''Morangos e caquis''
O dia começou uma sonolência arrancada a unha,aquele levantar de não deixar cair de jeito nenhum,o que desperta os olhos?! Como sempre o mundo testando nosso lado psicológico,lógico,frágil. Fui para meus afazeres,planos de luz,aclives,declives...montanhas e chuvas para escalar.Tudo estava à beira da normalidade(passado,presente,futuro),uma chuvinha pra esfriar os ânimos,pássaros batendo suas penas molhadas,caindo gotículas de água no ar...que caem sobre cabeças ou corpos,das folhas já contaminadas de orvalho. Esqueci guarda-chuva,que necessita-se como dividir um sorriso.Mas por sorte,caminhei por lá aonde sem me molhar de desespero. Li alguns trechos de títulos avulsos,discretos que me chamaram a atenção pela sua carga intrigante de um inesperado exato. Senti coisa gelada na minha boca,foi o que eu escolhi pra fazer enquanto lia,e foi gostoso,porque as vezes o gelado é a textura branca e lisa das páginas.Então depois de ler um conto de suspense poético,que de praxe me deixaria pensativa,comprei um salgadinho e pequei a carona que me esperava enquanto eu lia as últimas linhas.
O salgadinho tinha gosto de vazio sólido e puro sal. Eu já havia me recomendado e por ter esquecido eu me repetia:nunca mais. A chuva caia em intervalos,sem urgência que o meu,pois eu sabia que não era só imaginar,era precisar cair e seguir caminho de acordo com as irregularidades,afinal são correntezas sem fugir de um padrão de comportamento. Depois de tanto pedir,assim que parei,alguém me ofereceu: ''Morangos e caquis! morangos e caquis!!'' e soava tão belo...coisa sutil demais pra se ouvir no meio do caminho,mesmo que eu não saiba o gosto de um caqui,o importante é que eu não confundia seu sabor pela aparência,semelhança com outras frutas,permaneceu indecifrável.............até que um dia,eu possa finalmente pega-lo nas mãos,e faze-lo sangrar através da mordida mais doce que será a minha alma enlaçada ao seu mistério sem perder o segredo de ambos!
O salgadinho tinha gosto de vazio sólido e puro sal. Eu já havia me recomendado e por ter esquecido eu me repetia:nunca mais. A chuva caia em intervalos,sem urgência que o meu,pois eu sabia que não era só imaginar,era precisar cair e seguir caminho de acordo com as irregularidades,afinal são correntezas sem fugir de um padrão de comportamento. Depois de tanto pedir,assim que parei,alguém me ofereceu: ''Morangos e caquis! morangos e caquis!!'' e soava tão belo...coisa sutil demais pra se ouvir no meio do caminho,mesmo que eu não saiba o gosto de um caqui,o importante é que eu não confundia seu sabor pela aparência,semelhança com outras frutas,permaneceu indecifrável.............até que um dia,eu possa finalmente pega-lo nas mãos,e faze-lo sangrar através da mordida mais doce que será a minha alma enlaçada ao seu mistério sem perder o segredo de ambos!
domingo, 24 de maio de 2009
Hoje puderam soprar na minha face uma alegria...quase simples,quase amiga..a me tentar o silêncio de palavras caindo da boca. Um repente mágico,como se houvesse uma lembrança sobre realmente tudo! Foi uma compreensão,daquelas epifanias sem nome e sem estratégias...tão rasas quanto a brisa desse mesmo sentimento! e que então havia de inesquecível,de inestimável? a simplicidade tentadora de uma coisa inteira,assim indecifrável mas querendo,te querendo,pra te aliviar de esperar essa nitidez oculta que habita a sombra dos olhos e a pupila das carnes...são tonturas aflorando brincadeiras de não deixar cair aquele instântaneo sendo revelado sem forma,sem total moldura. Uma dádiva,isso que é. Uma lágrima,pois finalmente caiu. E só eu sei o quê,o qual,como se houvesse porquê!
sábado, 16 de maio de 2009
Tenho aqui no mínimo 5.000 lembranças
que se vingam exaustas
Vêm sem imagens
se atropelam e me transmitem,
todas juntas assim sem nome,
uma sensação que decodifica
o exato equilíbrio
entre a saudade
e o esquecimento.
Lembranças de uma vida possível
formada e abandonada
após a descoberta do motivo
chave da questão.
Pensamentos muitos
em náuseas ligeiras,
como um ser humano
se formando no feto.
Tonturas isentas
de remédios,só elas mesmas,
nenhuma alucinação.
Apenas a vaga perturbação,
que talvez viesse
indecifrável
se eu não coubesse
nessa nítida esperança.
Mas é preciso não temer a vida
que foi vivida
nem ter coragem pelo medo
que permaneceu
ateu.
Dias tão únicos como se fosse,
possível uma única gota cair do céu.
que se vingam exaustas
Vêm sem imagens
se atropelam e me transmitem,
todas juntas assim sem nome,
uma sensação que decodifica
o exato equilíbrio
entre a saudade
e o esquecimento.
Lembranças de uma vida possível
formada e abandonada
após a descoberta do motivo
chave da questão.
Pensamentos muitos
em náuseas ligeiras,
como um ser humano
se formando no feto.
Tonturas isentas
de remédios,só elas mesmas,
nenhuma alucinação.
Apenas a vaga perturbação,
que talvez viesse
indecifrável
se eu não coubesse
nessa nítida esperança.
Mas é preciso não temer a vida
que foi vivida
nem ter coragem pelo medo
que permaneceu
ateu.
Dias tão únicos como se fosse,
possível uma única gota cair do céu.
O movimento arrastado dos risos
Crescentes inexistentes
derrotas e vitórias
De aço,latentes
Bruta história,bruta alegria.
Primitiva.
Finitas infinitudes
adornando singelas
quase sutis almas nuas
e idéias.
Em desacordo nasce uma face humana
mais humana que a mais calculada lógica crente
De quem já desesperou-se de
fragilidade,
porque o cansaço não alcança.
Crescentes inexistentes
derrotas e vitórias
De aço,latentes
Bruta história,bruta alegria.
Primitiva.
Finitas infinitudes
adornando singelas
quase sutis almas nuas
e idéias.
Em desacordo nasce uma face humana
mais humana que a mais calculada lógica crente
De quem já desesperou-se de
fragilidade,
porque o cansaço não alcança.
domingo, 3 de maio de 2009
Fragilidade linda
Me leve pra qualquer lugar
onde se possa sentir
o que se imagina sonhar
de realidade em realidade eu sigo rastros
qualquer lugar aonde eu possa chegar
sem tentar adivinhar o tempo perdido
pra dar lugar a um novo risco
eu preciso admitir que coragens são medos
pra estar satisfeito eu já sofri a coragem de acreditar
as certezas sobre o meu corpo lento
eu exponho pra quem acompanhar o movimento
que de tanta fragilidade
já se instalou em mim.
onde se possa sentir
o que se imagina sonhar
de realidade em realidade eu sigo rastros
qualquer lugar aonde eu possa chegar
sem tentar adivinhar o tempo perdido
pra dar lugar a um novo risco
eu preciso admitir que coragens são medos
pra estar satisfeito eu já sofri a coragem de acreditar
as certezas sobre o meu corpo lento
eu exponho pra quem acompanhar o movimento
que de tanta fragilidade
já se instalou em mim.
Flor pequenina
O dia está com cheiro de terra misturada com pedras,graças a chuva,principalmente pedras molhadas. Cheiro transcendental,inconfundível concreto úmido. Sabor da realidade após a previsão. Dor do parto em plena cicatrização entre agulhas. Estou tão discreta mas as cores me atingem. Sorriremos histórias de traços dosados. Um mistério pra não querer respostas,daqueles que só a morte pode revelar com sua voz rouca e grave. Uma flor pequenina entre os dedos ou um mar salvando seus náufragos. Um pássaro pra pousar e uma asa pra ficar.
De repente, possuímos almas.
Pra ferocidade do desejo desabrochar um corpo.
De repente, possuímos almas.
Pra ferocidade do desejo desabrochar um corpo.
Cidade das promessas
Com a calma da minha alma inquieta,eu vi meu corpo cintilar. E a tarde,madrugada barulhenta de luz turva quando a noite vem chegar,já é tarde: as luzes se misturam como em um incêndio. Um dia de protesto,as letras ficam confundíveis demais para serem lidas,o percurso é perturbador,perigoso,honesto na força de sua ingenuidade . E os passos da alma sofrida já não sabem aonde ir. Vão para onde não se deve ou escolhem serem notados pela sua obrigação. A justiça esconde o quê? Tantos pesadelos sentidos e esquecidos. O protesto caminha em ritmo de enterro. Palavras saem inaudíveis. O processo é louco,surpreendente,cessará em breve. Logo,a rua voltará a ser o palco da rotina,do milagre,dos passos firmes em sua esperançosa pressa de subverter a opressão do seu trabalho em vingança alegre através da felicidade (escondida,roubada,onipresente.). Onde os seus deuses humanos deturparão as vontades e serão inocentados de tais crimes (que não se provam a olho nu). Com a calma da minha inquieta,eu sobrevivi. Não podemos ostentar o nosso flagra,palavras são palavras; a infiltração e a doçura prometida é que são divinas.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
OlhohlO
Oh,como são olhos, os seus!
são olhos latentes de tempestades silenciosas,
olhos de imagens se misturando graciosas,
olhos de verdades que se penetram sem ruídos fabricados,
olhos desejados...de inconfundível plenitude!
são olhos latentes de tempestades silenciosas,
olhos de imagens se misturando graciosas,
olhos de verdades que se penetram sem ruídos fabricados,
olhos desejados...de inconfundível plenitude!
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Metáforas pra existir
Corriqueiro dia pra nascer. Falar é extenso,e as vagas pra acreditar onde se satisfaz nosso cansaço,estão escassas em raros momentos,caros segundos belos e escorregadios,curando a subsistência. Cada minuto inteiro grudado ao próximo é uma unicidade de infinito. E perceber os atos(unidades de medida de uma fato) é notar essa coexistência ininterrupta. Essa profética e tênue linha me usurpa. Mas eu deixo crer alegrias em mim. Para ser feliz não há uma fonte única,como se viver fosse essa verdade absoluta. Ou fosse essa realidade pedindo e me rasgando com volúpia. O espaço em branco não me assusta,vem remendado com frequências,é como se um dia só o planeta não estivesse à mercê do universo (eu sou puramente desiludida). A eminência dela no espelho me dá a forma que sangra,mas o intocado desejo me captura nesses olhos que o pranto lava e adoça essa alma figurada que me interpreta. Assim sempre existirá aonde renascer. Escrever é infinito,a gente alcança,alguma coisa,eu sei. (palavras são segundos)
Isso tudo é fato!!!! e ah,como eu estou pedindo um ato!
Isso tudo é fato!!!! e ah,como eu estou pedindo um ato!
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Meu Deus,só posso começar com algo poderosamente inconsciente. Estou nadando até achar. E quando eu fiquei pra olhar:um mar,que a chuva desceu pelo meu desencontro tão límpido no meio de tantos encontros impuros.Afundando,relógios de parede girando acelerados na curiosa hora que não contamos o tempo,porque não há o que perder o que não seja nosso,pra salvar minha identidade eu paro esse relógio tonto e me equilibro de repente em mil imagens.Eu sofro chuvas e sóis,eu posso tanto dar em meu nome.Pra correr de lá ou daqui até chegar em casa eu fico devendo sorrisos,então onde estou? eu posso minar minha imagem somente me mantendo à margem? eu cresço e sei que sou,porque pra me perder eu sei que há. De tanto protestar eu já sonhei! cresçi pra lá plantada aqui! realizei enfim uma realidade,esta imagem caótica de fora pra dentro,lidando com o instante de acreditar,ou melhor,com as esplêndidas paisagens erguidas pra quem quiser olhar,sonhar,sentir...eu nasci,pra cair não sei de onde pra onde,só sei pra quem ir,mas eu ando,lenta sem ser graciosa,meu vôo não é rima que se escreva nem asas que se tatuem nas costas. Minha velocidade é tão alta que é implícita,igual à velocidade (que me permitindo dizer ou não) faz o mundo!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Ascensão à

Mar caseiro
Lembro que um dia eu visitei o maior mar que eu jamais vi. Foi um encontro às escuras. E o arrepio era como uma lâmina desobstruindo os poros que insistiam infantis num desmaio,pra respirar melhor(pra eu ver o sonho do mar). Era um novo mar num velho chão. E suas águas,de diferentes tons, verdes de espera,pareciam ansiar olhares humanos que transformassem seus maremotos em pequenas ondas de bem-estar. Pois que os pássaros que lhe roubavam se despediam com um sorriso machucado,coisa de quem sorri sem ter boca,deixando a surpresa delicada de uma pena cair pra acompanhar suas ondas sensuais. (Ainda e ainda e ainda) E assim seguiam suas gotas todas juntas num beijo...sensação de limiar de lábios com a carne de sua paixão. O mar era pura paixão. Puro encontro sem nostalgia de suas correntezas,pura decência em sua fluidez de bicho. Ninguém sabe aonde acaba o mar,só se sente a sua homogênea busca, foi assim que eu o vi pela primeira vez. Paralisada,sem transbordar nada(também serviu pra eu me explodir um pouco). Pelo contrário,a exatidão de meus limites era enorme,diante daquela materialização sublime que vai diminuindo sua profundidade até a margem até só restar a consciência. Se fosse pra eu me perder eu veria um mar branco.. Não,eu não queria tocar nessas ondas de ondas,nesse mar escondendo sua fertilidade sob ornamentos. Se fosse pra eu esquecer..Por não saber sonhar e estou emprestando,ofuscada,a minha dádiva,como quem toca sem saber que não tocou. Apenas a vaga lembrança...foi suficiente para revive-lo,com seus animais submarinos usufruindo medos e dilatando as pupilas da coragem. Então sobrevoando esse mar -deixei meus limites lá pra que eu possa ir e voltar na mesma onda do acaso- só posso crer que me vejo no espelho desse mar caseiro,que pra sempre será amador e desertor de si mesmo,pra renascer nas horas vagas de sonolência mística.
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