domingo, 18 de julho de 2010
Ah,eu voltava e sabia que era pra o mesmo lugar. Desci no mesmo ponto de espera de todos os dias. Como sempre esperando que não só o ônibus chegasse,mas com ele alguém ou algo.Qualquer sensação que me acordasse da viagem anterior.Da preguiça de viver e no entanto desejar ardentemente a vida.Então aconteceu quando eu estava debaixo do poste de luz...de repente todas as luzes da rua se apagaram,e tudo ficou em penumbra e névoa.Foi quando vi uma menina de costas gesticulando muito enquanto falava.Pelo exagero,imaginei que ela devia ser muda.Então fiquei tentando adivinhar o que ela dizia...mas era difícil,cada gesto parecia uma frase inteira. Acabei por desistir,quase sem querer,pois já a próxima cena me chamava a atenção(com as luzes já acesas):um menino bem pequeno e gordinho chutando um morrinho fedorento de areia,e a mãe do lado, só observando...enquanto qualquer mãe o teria puxado pelas orelhas ou dado um grito qualquer,ela apenas observava pensando tão profundamente que tinha ficado cega.Enquanto voltava a mim,o ônibus se aproximava,e lá vinha a menina falando ao telefone!! Me enganei,seus gestos eram apenas teatro.E a mulher que eu pensava que era mãe,não era,lá ia o menino correndo em direção a verdadeira mãe que estava longe conversando com uma amiga.Eu estava pasma,me enganei em tudo.Eu era uma expectadora desiludida. Mas todas essas surpresas me agradaram. No fim das contas ter se enganado torna a vida mais divertida.
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