quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A mulher que as nádegas como que comprimiam a cintura e se arrancava dura da cadeira com um olhar tão infantil,com a loirice da mulher de um navegante,e as mãos ágeis de feirante ou de um homem qualquer. Era atendente de supermercado! a pequena queria ser personagem de uma prosa ou uma história curta. Dependia do emprego,por certo o pai tinha orgulho da beleza da filha e lhe dizia:
- Filha..não precisava..tão jovem..
Mas a garota era simpática,gostava de pessoas,dizia boa tarde com orgulho,desenhava um sorriso,queria ser vista,é perceptível.
O homem:
- ...
E o barulho de sacola de plástico ecoando no supermercado.
Pode ser que tivesse um grande sonho,desses que deixa o ser humano beatificado,imune,bestificado.
O homem:
- a senhora..
Não,não conseguiam lhe falar o quanto era bonita. Isso eu acredito que eram os bigodes. Que bobinha! o cabelo loiro,loiro e a sombrancelha preta. Pra ser isso que ela era tinha que ter fôlego,ora essa,era o sustento da família. Com o pai já velho e viúvo só lhe restava a filha bonita,vaga lembrança na sua vista,um fruto desajeitado de uma mãe que morrera antes de pisar nas sementes da filha e faze-la de si uma planta de monstruário,assim,ela não havia como saber. Não,a menina era verdadeira,verdade que tinha suas espertezas,amarrava o cabelo como uma rainha da China,se é que a China já teve rainha. Era uma típica brasileira que desrespeitava,respeitando,sutilmente selvagem,colava um lábio no outro e calava a boca da máquina.
O homem:
- Ajuda?
Eram tantas compras! como elas conseguiam ludibriar a paciência em tão pouco tempo? Abandonar aquela pessoa que fora embora,ambas sem talvez se olharem,sorrir ''boa tarde'', ''obrigado'',trilhões de vezes ao ano e ainda suportar a voz grave do homem grave que falava ao fundo,no microfone e por certo,emocionado por ser irremediavelmente ouvido,aproximava tanto a boca que o som saia inaudível.
O homem:
-Uma senhorita tão jovial...está mais para vendedora de perfume.
A menina sorriu calada,era só mais que passava,a destruir seus sonhos e deixa-la despenteada e cansada. Sua simpatia era puro nojo,pela planta que não se tornaria,porque não houve como aprender o ceticismo do lado que não se vê.Sementes perdidas para onde vão nascer? Uma bela e espiral...planta de monstruário.
Preciso sentir vez em quando que eu não sou mais eu.
Estou esperando,eu sei,a vida não termina:
nem ontem,nem hoje.
A oportunidade perdida fabricou mais um ser humano,
O dia está claro,sem nuvens,preciso me deter na verdade,
eu sou um ser humano fabricado na carne.
A escrita como uma tatuagem sem volta,
quanto mais moderno mais soluções.
Não que eu não queira soluções
eu só queria uma maneira mais lenta de modernizar uma pessoa
sem ter dores tão prósperas.
É mais que o acaso,o futuro é certo.
Quem morreu ontem sabe o prejuízo.
Nasceu mais um verso
Um soneto ereto
um poeta dentro dos parâmetros
A sensibilidade com defeitos de uma criança
Não suporto mais presenciar tantos assassinatos
de mim mesma,sem morrer a principal alma
Alguém aqui está errado,
a alma dorme enquanto o peito busca vida.
Olhar mais louco eu nunca vi,e os dentinhos nascendo,pequenininhos,sorrindo ao máximo,branquinhos como um coelhinho só que gente,querendo falar sem conseguir,fala,fala,fala...sem saber adjetivos,substantivos,preposições...

domingo, 1 de novembro de 2009

As imagens eram a simbologia parada. Que fome me dava de penetrar sem o tamanho da coragem ignorando a profecia do medo. Eu engolia a todos eles,que agora jaziam parte de mim,perdidamente. Minha vista começava a obscurecer pelo esforço da loucura. Fazendo-os desfilar movimentados,alvo incontrolável de qualquer fome que implorasse um segundo de atenção, Que era como esperar qualquer hora que não chegaria em vão. As vozes ilimitadas eram meditadas pelo meu silêncio,eu me transmutava de corpo,e os centímetros de vazio onde os movimentos ficam mais lentos,adequando-se à fragilidade humana. Enfim,eu era o fluido. Eu derramava o meu sangue pela graça concedidade de ver. Mas enquanto isso,eu não me preocupava tanto com o que ainda persistia invisível. É que na espera acredita-se em bocas e olhos. Bastam fardos transformados em palavras,e as letras pérpetuas atingindo umas às outras. Passos rodopiantes de improvisção da pressa
As estrelas não viram e não sonharam...
O mundo de cabeça pra baixo,pisávamos em nuvens
e transbordávamos o chão,o nosso ato agora
era um acaso na imensidão ( )
é como se pudéssemos voar na realidade com o mesmo peso
que converte,
o mundo,a gravidade...dos segundos nos penetravam
e aos nossos pássaros,
que nos levavam pra londe dali em diante,ao outro lado de nossa
origem e o mundo despencando aos poucos pra querer mais daquela
realidade antropofágica da cidade,
o céu descendo devagar para afagar com as nossas mãos,ele
nos falava acima de tudo: '' alcance o inalcançável..'' quando as formas se trocaram em dança
e eu estava no chão que molha a terra,eu havia alcançado tudo:
só pelo fato de ter acreditado no que eu via.