sábado, 21 de julho de 2012

Eu vi um cigarro caindo. Apesar disso, vem vindo... e na pista o carro passava a mil por hora. Sobre o chão aqueles passos não eram apressados o suficiente. O isqueiro não queria acender o outro. Ventava,como no deserto. E o barulho era tão diferente daquele do mar. A pele queimava como que assando. E eram sentimentos inexistíveis,só existem quando eu invento... uma  das possibilidades a se considerar. As unhas grandes demais,irregulares,cortantes,palavras,talvez,querendo falar. Sobre a ponte vi meu olhar refletido,além mar ele me olhava. Por cima da cabeça uma nuvem fazendo força pra chover. Desci correndo porque de tanto pensar não havia mais tempo pra tragar sem estragar o momento com minhas peças e atuações coisificadas. Já vou sorrindo,porque sei que vou chorar. A roupa disfarçava o corpo deformado pela alegria. Quero mais tempo pra escolher não ler um livro. E flanar pela cidade,como guardiã mal recompensada que sou. Porque eu erro do mesmo jeito,senão pior. Mas eu não pretendo fazer eles desaparecerem,que trabalho daria explicar o porque do nascimento de cada um. ''Muita coisa mudou enquanto eu inclinava e desinclinava a poltrona,mas não percebi porque tava passando comédia na televisão''. Porque era estressante demais explicar de onde eu tiro tudo isso. Afinal,é só uma encenação,e eu sou uma atriz de mão cheia(e cabeça vazia). Mas quem me perguntará um dia: quem é você realmente?  até porque irei omitir a tal resposta atrás do sorriso que se tornou minha simplicidade.Acho que meu corpo adormece se masturbando,por vezes me peguei vivendo num sonho. Autêntico,sem sentir cheiro,tudo meio borrado,enxergando em 2D ou sei lá o quê. Na horizontal dessas estrelas,aguçada nessa persuasão vertical,desistindo frequentemente da felicidade,porque minha vida não é história pra boi dormir. Sofrer é quase beatificante e atualiza a ordem que impus num certo caos,certo?  Nenhum carro passa,nenhuma rua acaba. Vivas almas se escondem nos becos. Ninguém pára nesse silêncio que rouba as palavras,por que é cruel admitir a vida crua. O orégano essencial,''eu viajo'' é uma constante falsificada. A fumaça cala consente. A verdade dita num frame por segundo,subliminar,tão crente!  Não deveria eu imaginar que tudo isso cansa um pouco? não é porque não estou morrendo que isso é revigorante.Aliás,morro agora e depois. O que me anima? se eu não sei ser criança. Se pedir é o meu forte porque eu quero me salvar da bonança e da religião. Ninguém entende,porque tudo se trata da vingança que apetece a gula de espetáculos de gritos contidos,e esconde a face na máscara,deixando cair as migalhas que nem pra rastros servem.Sim,eu sei que vou ser mal interpretada e que isso será incessante. Eu vi uma maldade  e uma bondade incomensuráveis reagirem da mesma forma à mesma pergunta. Como pode o ser humano ser tão fajuto ao ponto de acreditar em si mesmo,com a tranquilidade de um deus?