domingo, 20 de maio de 2012


Quem já se viu tomar um porre de coca pra curar a insônia. Não,é pra lembrar você. Sentir seu gosto,sentir o que você gosta de sentir. Não é pra tentar explicar. Eu tentei.Me perdi. Escorreram pela pele as palavras...Acho que só seu calor me faria adormecer. Também tenho outros métodos infalíveis em que você esta presente. Mas por favor,me faça parar de tomar essa maldita coca que borbulha dentro da boca. Esse gosto forte,amargo,doce. Querendo ser intensidade sem ser. Parece algo vivo. Que agoniza dentro de você. Desligo o PC,as luzes,me cubro,um pedaço do edredom entre as pernas e embaixo da cabeça,penso em várias coisas pra disfarçar,parece que quero sorrir,que quero chorar.Sorrio,choro,olho fixamente o vazio,me masturbo até voltar novamente ao vazio em que fixei minha estaca da insônia. Mas nada acontece,é só mais uma tentativa frustrada de usar o tempo pra algo útil. Bate um desespero, levanto e bebo mais um gole daquele líquido escuro na escuridão. A janela está fechada,mas não está abafado. uma brisa que entra pelas frestas. Parece mesmo é que a insônia só veio como pretexto pra eu escrever. Mas eu não pedi. Ou pedi? Ou implorei? Em silêncio,ou falei? Meu pensamento deve ter gesticulado algo,mas não peguei a tempo. Estava distraída,me concentrando em dormir. Há muito já percebi que o sono só virá quando eu descobrir uma verdade,e enquanto isso na eternidade de cada momento percebo que só se passaram alguns minutos. Será então que tenho todo esse tempo disponível? Será que posso gastá-lo propositalmente,não preciso me sentir culpada por não estar descansando o que não quer descansar? Talvez eu esteja na contramão,e alimentando os gestos errados. Mais um gole. Eu que controlo. Vou me auto-apagar.